Rua Rui Barbosa, local onde Fausto Silva decolou para o sucesso

 Luís Alberto Alves/Hourpress


Radiografia da Notícia

* Esta rua reúne muita história no seu curto trajeto

No seu terceiro quarteirão, do lado direito, durante tem salão de música para os amantes da Black Music

O local já foi cinema (Cine Rex), teatro, discoteca, concessionária de carros e igreja evangélica

Luís Alberto Alves/Hourpress

A Rua Rui Barbosa, no bairro da Bela Vista, Centro, é outro ícone da cidade de São Paulo, com quatro quarteirões, ela termina na Praça Dom Orione, próximo do Viaduto 13 de Maio, rebatizado de Armadinho do Bixiga.  Recheada de cantinas, restaurantes, teatro. A Rui Barbosa reúne muita história neste curto trajeto.

No seu terceiro quarteirão, do lado direito, durante tem salão de música para os amantes da Black Music. Os preços populares atraem a galera de várias regiões de São Paulo, nos finais de semana. Porém, é na esquina com a Conselheiro Carrão, no último quarteirão, que a Rui Barbosa reserva surpresa.

O estabelecimento de paredes na cor azul, construído em 1940, adquirido por uma empresa do ramo da saúde, é testemunha das reviravoltas que São Paulo sofreu nestes 83 anos. O local já foi cinema (Cine Rex), teatro, discoteca, concessionária de carros e igreja evangélica. Desde 2002 está tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).

Faustão

Foi ali, a partir de 1984, que o então repórter de futebol Fausto Silva, começou a decolar rumo ao sucesso em programa de auditório. O laboratório teve início no comando do Balancê, programa do meio-dia na então rádio Excelsior (atual CBN) que misturava esporte, cultura e político, aproveitando a brecha da ditadura militar de 1964 que agonizava e chegaria ao fim em 1985, com a eleição do presidente Tancredo Neves.

Pouco tempo depois, Fausto Silva criou o programa Perdidos na Noite. Este nome é referência à tradução  em português do filme norte-americano “Midnight Cowboy”, com Dustin Hoffman e Jon Voight. O deboche era marca registrada. No dia de gravação, estudantes dos Ensinos Fundamental, Médio e Superior fazia a festa ao assistir a apresentação de vários artistas e das piadas de humor da dupla Nelson Tatá Alexandre e Carlos Roberto Escova.

O hoje abandonado teatro Záccaro, foi cinema até início dos anos de 1970, depois virou pista de patinação, teatro, com direito a montagens de musicais, como Hair e Jesus Cristo Superstar, discoteca que imitava o estilo da boate Studio 54, em Nova York. Teve também espaço para concessionária de automóveis e igreja evangélica. Com a morte do maestro Záccaro em 2003, que alugou o teatro de 1981 a 1999, a decadência adotou o imóvel.

Águia de Haia

Neste último quarteirão da Rui Barbosa, do lado direito, em meados da década de 1980, teve espaço para a Choperia Só prá Contrariar, onde naquela época se apresentavam diversas bandas de pagode, criando o movimento que ficou conhecido como Pagode Paulista. O movimento musical era tão intenso no local, que a casa lançou coletâneas de discos, na época de vinil em vários volumes. No segundo quarteirão do lado esquerdo tem o Teatro Sérgio Cardoso.

Rui Barbosa de Oliveira nasceu em Salvador (BA) em 1849 e faleceu no Rio de Janeiro em 1923. Escritor, jornalista, orador e político. Durante a República, ocupou o cargo de vice-presidente e ministro da Fazenda. Escreveu a primeira constituição republicana em 1891. Ao tomar parte na Revolta da Armada em 1893, teve de exilar-se na Europa. Também foi candidato à presidência da República em 1910 e 1919.

Foi senador pela Bahia e vice-presidente do Senado entre 1906 e 1909. Representou o Brasil na Segunda Conferência de Paz, em Haia (Holanda) em 1907. Ali ganhou o codinome de Águia de Haia, por causa de sua oratória. Participou da votação do Código Civil projetado por Clóvis Beviláqua. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras.

Assista no link a história da Rua Rui Barbosa: https://www.tiktok.com/@cajujornalista/video/7200050543182597381


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