Luís Alberto Alves/Hourpress
Radiografia da Notícia
* Pelo palco do Olympia passaram diversos artistas famosos
* Por ali se apresentaram grandes artistas internacionais, como Roberta Flack, na sua inauguração em julho de 1988
* Ali, os meninos dos Mamonas Assassinas também se apresentaram em novembro de 1995
Luís Alberto Alves/Hourpress
A rua
Clélia é muito famosa no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, que começa no
final da Avenida Francisco Matarazzo, ao lado da Rua Guaicurus. Repleta de
estabelecimentos comerciais, na década de 1980, no terreno onde atualmente
existe um supermercado, funcionava um hospital especializado no atendimento de
pacientes com fraturas.
Já o
número 93 tornou-se famoso, quando o Sesc/Pompeia ocupou o espaço que antes
pertencia a uma indústria, se transformando em grande polo de lazer para os
bairros vizinhos da Lapa, como Pompeia, Perdizes, Vila Romana, Barra Funda e
Sumaré. Nem os tormentos provocados
pelos alagamentos constantes naquele local quando o Verão mostra a fúria das
chuvas.
No
trajeto rumo ao interior da Lapa, a Rua Clélia passa pela Praça Cornélia,
construída num quarteirão, que serve de opção de lazer para as famílias
residentes nas proximidades. Ainda resistente à especulação imobiliária é
possível visualizar casas antigas dividindo espaço com edifícios de luxo, que
aos poucos mudam a fisionomia de um bairro ainda com inúmeras residências.
Olympia
Mas foi
no número 1517, que a Rua Clélia teve uma das mais famosas casas de espetáculos
do Brasil. No local, onde funcionou de 1950 a 1988, o Cine Nacional, o espanhol
Alejandro Figueroa montou sofisticado templo
de shows. Por ali se apresentaram grandes artistas internacionais, como
Roberta Flack, na sua inauguração em julho de 1988. Depois vieram B. B. King,
Carole King, Rod Stewart, David Bowie, Eric Clapton, Johnny Rivers, Deep
Purple, Black Sabbath, Willie Nelson,
Whitney Houston, JamesTaylor. KC and The Sunshine Band entre outros.
Ali, os
meninos dos Mamonas Assassinas também se apresentaram em novembro de 1995,
assim como a maioria dos artistas de renome da música brasileira, até a dupla
sertaneja Althair & Alexandre encerrar o ciclo de espetáculos, em 2006, que
teve o seu auge durante a década de 1990. Hoje, onde existia o Olympia,
funciona a igreja evangélica Bola de Neve, que abriu a sua sede no local.
Dali em
diante, os quarteirões da Rua Clélia se dividem em estabelecimentos comerciais,
edifícios e colégios particulares. Muitos moradores do bairro da Lapa
desconhecem que ela começou a ser aberta em 1888, quando o engenheiro e
empresário Italiano Luiz Bianchi Betholdi, em 1887, comprou grande gleba de
terra, conhecida como Campos da Pedreira.
Roma
Para
valorizar as suas raízes italianas, ele batizou o loteamento de Vila Romana e
as suas ruas foram batizadas com nomes de personalidades famosas na época em
que o Império Romano mandava em quase todo o mundo. É neste contexto que entra
o nome Clélia, em latim Cloelia, uma conhecida heroína de Roma, durante a
República.
Historiadores
dizem que Clélia vivia em Roma em 509 a.C., quando o rei Tarquínio, após ser
derrotado, pediu ajuda ao rei etrusco
Porsena. Ele o socorre, mas exige que os romanos lhe entregue cem
mulheres virgens, entre elas Clélia. Feita prisioneira, ela não concordou com
essa proposta. Junto com outros reféns fugiu e, segundo a lenda, teria
atravessado a nado o rio Tibre em direção a sua cidade natal.
Indignado
com a situação, o rei Porsena ameaçou Roma, para que Clélia fosse devolvida. De
volta ao palácio dele, o monarca ofereceu todo o conforto a ela e lhe propôs
casamento, como reconhecimento por sua coragem e amor ao seu país. Esse gesto
culminou na libertação do restante de prisioneiros romanos. O governo Romano
lhe prestou homenagem construído uma estátua equestre de bronze na Via Máxima.
Veja o link da história desta rua. https://www.tiktok.com/@cajujornalista/video/7230832276530105606?q=raio%20x%20de%20sampa&t=1684800603388